sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Máscaras

Curitiba, 10 de setembro de 2015

Há muito tempo atrás, no período de férias de julho desse mesmo ano, tinha um tema excelente para escrever um novo texto: máscaras. Algo tão comum, pertinente na sociedade atual (estou parecendo socióloga falando assim hahaha) e não tratado de uma maneira clara e objetiva. Com meu lado curioso, questionador, observador e investigativo (me sentindo a Sherlock Holmes), tentei de diversas formas montá-lo, a partir de conversas com pessoas que sabia que teriam visões diferentes. Acabou que, com tanta ideia, expansão de visão e boa base não consegui organizar as minhas ideias e pensamentos (isso aí, Dudi, continue assim o/), sendo eles a base fundamental para ele. Agora - depois de falar tudo sobre minha jornada rumo a Kanto/Johto/Sinnoh, ops  ao texto(não aguentei meu lado pokemaniaca, sorry) – cá estou eu inspirada para falar desse assunto porque, no exato momento, estou usando uma.
Engraçado como essa palavra tem tantos significados. Fui ver no dicionário e encontrei alguns como “objeto usado para disfarce em festas e festivais” e “no teatro, utensílio muitas vezes necessário para a criação e caracterização de um personagem.”. Analisando-as, ambos têm o mesmo fundamento comum: fingir ou não demonstrar quem realmente é. Por um lado isso é bom, já por outro nem tanto.
Em certas ocasiões, elas são extremamente necessárias, como dar força a uma família desamparada, amigo ou até melhorar o dia de alguém. Nesses casos, as vejo como uma forma de autodefesa e compaixão ao outro. Mas há um limite: quando elas começam a ser usadas regularmente, ao invés de temporárias e usadas em necessidade, e se tornam permanentes e até parte de nós. As pessoas ao nosso redor começam a se acostumar tanto com essa nova face que, ao demonstrar a antiga, são julgados e taxados de falsos, imorais e hipócritas.
Podemos relacionar esses apontamentos com o filme “Máscara”, em que a realidade do personagem principal era chata, azarada, péssima e fazia com que  ele fosse uma pessoa assim. Ao encontrar a máscara, o mundo torna-se diferente, inusitada e bem melhor e o mesmo acontece com ele virando um cara descolado, cheio de amigos e popular. Já o problema é quando ele tenta retirá-la do rosto por exigir muita força, literalmente. Vai dizer que não é um bom retrato do que acontece com muitos no dia a dia?! Acredite, caro leitor, depois de umas boas conversas, reflexões  e observacoes de 2 meses, tirei isso! :D FINALLY! Lol
Como diria a cantora Pitty, “Tire a máscara que cobre o seu rosto.Se mostre e eu descubro se eu gosto.De seu verdadeiro jeito de ser.”. Isso devia ser seguido por muitos (se já não é seguido). Quantas vezes já acordamos com aquele pensamento de “que droga! Mais um dia e eu na pior”, mas teve que colocar um sorriso no rosto e encontrar uma motivação para encarar o dia proposto? Sei que foram muitas vezes.

Para mim a motivação devia ser eternamente aflorada porque ela é o que torna os dias mais cinzas com um pouquinho de cor. A tristeza? Podia ser aquele pernilongo chato que fica zunindo no nosso ouvido às vezes mas que não fica constantemente conosco, sendo logo um basta pra ela ir embora. E a alegria? Aquela companheira de cada dia, que consegue tirar um sorriso nem que seja torto quando tudo parece estar desabando e ajudar no descolamento dessa máscara. Vamos nos tornar menos mascarados e mais verdadeiros com nós mesmos porque os mais beneficiados somos sós. Tem maior beneficio que uma dose exacerbada de amor próprio e transparência? Acho que não ;)Resultado de imagem para amor proprio

sábado, 11 de março de 2017

À um anjo chamado Vicenzo

Curitiba, 10 de março de 2017

Querido Vicenzo,
Nesse momento, me encontro aqui sentada, em meio à correria da rotina da universidade num dia tão lindo e fresco, pensando novamente em você, relembrando seus olhos, seu olhar de paz e a alegria que me deu só ao saber que eu seria ser a tia mais sortuda por te ter como sobrinho.
                É incrível ver o quanto você me ensinou, sem ao menos estar fora da barriga da sua mãe, uma das minhas melhores amigas e praticamente minha irmã. Desde antes de saber qual sexo teria, a vida e Deus já me presentearam com uma das maiores dádivas: ser tia. Confesso que antes não entendia muito bem o apego que minhas tias tinham em relação a mim, a ponto de fazer o impossível para nos ver bem e felizes. Hoje eu entendo parte disso, mesmo você não sendo meu sobrinho de sangue de minha parte.
                Aquele desejo que só aumentava de te ver crescer, ensinar coisas, aprender também e acompanhando suas pequenas descobertas e pensando, ao ver as crianças que eu cuidava no Buffet, “Será que ele vai ser tão alegre assim? O que ele vai gostar? Será que ele vai me chamar de Tia Dudi, Tia Madu, Tia Duda? Qual será a primeira palavra?”. Hoje e ontem pensei até que você estaria me pedindo pra me ensinar a dançar, pra brincar de pega-pega dando gargalhas pelos gramados de todo o Politécnico e eu correndo atrás de você até quando não desse mais, pedindo pra Ana pra conhecer onde uma das tias trabalhava/estudava, ir na minha formatura junto com seus pais e até eu te cuidando quando eles resolvessem sair. Essas coisas, simples mas singelas, não saem da minha cabeça mas eu penso nelas com tanto carinho que a dor se transforma em conforto e em aconchego por ter aprendido muito nesse tempo que eu pude sentir todo esse amor incondicional.
                Como disse após seu enterro, você me ensinou a perdoar porque nenhuma pessoa é tão má que não a mereça, a aguentar tudo até o fim com sua garra e a ter fé nas pessoas e nos outros. Você é um guerreiro que lutou até o fim, com muita coragem e força, apesar do pequeno tamanho. Seu coração bateu até o ultimo minuto com uma sede pela vida que foi de admirar e saiba que foi muito amado no decorrer desses meses por todos que sabiam da sua existência e formação, mas acima de tudo pelas famílias dos seus pais (Ana & Rômulo). E, após escrever esse parágrafo, sinto uma leve brisa passando por mim: seria você me abraçando ou me dando força pra vida em diante? Acabei de sentir uma paz interior que não consigo nem explicar.
              Agora, só me resta a rezar por você e agradecer por tudo que me proporcionou nesse tempo, porque não há nada na vida que eu trocaria por ter sentido esse amor tão inexplicável e imenso, a ponto de mudar pra melhor a vida de todos. Jamais esquecerei as sensações que me fez sentir de carinho, compaixão, amor, felicidade e euforia (quando falava pra todo mundo que eu ia ser a tia mais feliz e sortuda de todas). Amo-te muito e sempre te amarei, meu sobrinho lindo!

Fique com Deus e cuide de todos nós, sendo pra sempre nosso anjinho.

Um grande beijo de uma das suas tias que te ama muito,
Dudi.